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O Rio Grande do Sul pequeno

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Quando Eduardo Leite venceu as eleições, pela confiança da maioria dos eleitores, todos acreditavam em uma forma diferente de governar. As práticas de Sartori estavam sepultadas. Decorreu quase um ano e o novo não surgiu. A velha prática de governar vem se repetindo: vender bens públicos para fazer caixa e renegociar para não ter de pagar as dívidas.

Os salários continuam na espera de que, até o final do ano, serão pagos em dia. Alguém ainda acredita? Parece que ninguém tem essa esperança. A crise não é culpa do governador Leite ou do governador Sartori, ao tempo que governava. O problema é que o estado do Rio Grande do Sul, como outros estados, exauriu sua capacidade de gastar sem criar formas de aumentar a arrecadação.

Ninguém do governo, presente ou passado, teve a criatividade de inovar, como governo, e ficaram todos na mesmice. Tem sido assim também com os municípios, como Santa Maria e todos os demais. Administrar folha de pagamento e orçamento é fácil. É preciso, porém, criar formas novas capazes de criar recursos e circular riquezas. Há alguns dias, o professor doutor Ernani Bonesso de Araújo, em debate na Antena 1, chamava a atenção para a necessidade de fomentar a industrialização como meio de produzir riqueza. Pode ser uma alternativa, ainda que seus efeitos sejam a médio e longo prazo, mas alguma coisa tem de ser feito. A economia do Estado e do município não podem depender dos salários escassos dos trabalhadores, alguns recebendo com atraso e sem aumento há muitos anos.

Tudo aumenta, cresce em progressão geométrica; só não crescem os recursos para fazer frente ao aumento de despesas domésticas e do Estado. Se não há aumento de produção, de emprego e de riqueza, não há circulação da moeda; as pessoas não compram, o comércio não vende, e a estagnação é o resultado.

Não podemos mais ficar a adotar uma política contemplativa em cima do que existe sem criar nada.

Abrir lojas, mercados, restaurantes, bares e outras atividades comerciais sem dinheiro circulante não se chega a lugar nenhum. O resultado é um abrir e fechar de negócios frustrando os empreendedores já muito sacrificados.

Imaginemos a continuidade dessa política e certamente constataremos o resultado final. Cada dia estados, municípios e União mais empobrecidos e a miséria cada vez maior. É preciso criatividade para movimentar a sociedade com imediato crescimento para fazer frente às necessidades. Vender bens públicos, alongar dívidas com juros proibitivos e contrair novos empréstimos só prolongará nosso desespero.

Vamos criar indústrias, como sugere o professor Ernani, ou alguma outra alternativa, e aumentar os meios de produção para que possa haver consumo e, havendo consumo, fortalecer o comércio e fazer circular a moeda, fazendo chegar a todos o poder de compra. Sem isso, não há progresso; ao contrário, há retrocesso econômico e social. Não é isso que queremos, e os nossos governantes precisam saber disso. O nosso Estado não tem mais espaço para decrescer economicamente.

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